terça-feira, 16 de setembro de 2008

Até o fim

Até o fim

Dormes, mas sei que ainda existes
Quando olho para o espelho
Consigo enxergar-teA ti
e a teu sorriso sarcástico
Olho, e me perturbo
Porque gostaria de arrancar-te de mim
Vejo-te e me pergunto
Afinal de contas, quem sou eu?

Por tua causa, meu querer é dividido
Se olho para o céu, miras o chão
Quando busco a pureza, te enches de maldade
Suspiras pela presa como um lobo pela ovelha

Ainda quando oro ou prego, te insinuas
Se me descuido, tuas mãos governam as minhas
E enxergas com as lentes de meus olhos
Depositas teu veneno em meus lábios

O pior é que às vezes te admiro
E até me encanto com a tua beleza
Com a autoconfiança que exibes
Tua disposição em ter o que queres

Ah, que bom seria se buscasses o bem!
Se juntos lutássemos o mesmo combate
E reconciliássemos aquilo que foi separado
E não tivesse que enterrá-lo todos os dias!

Mas a admiração logo dá lugar ao nojo
Se te amo num instante, odeio-te a seguir
Pois nossos sonhos não se podem conciliar
Desejamos aquilo que o outro abomina

Por isso, nosso destino é a luta
Sem paz e sem trégua,
Até que chegue o último dia
Quando um de nós achará o seu fim


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