sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Estrada de Santidade

Compartilhando algo que li no livro : "Senda do Calvário" e me saltou aos olhos. A Estrada em questão é a que está descrita em Isaías 35 : " E ali haverá uma grande estrada, um caminho que será chamado Caminho da Santidade" (NVI).

O único acesso à Estrada é uma subida estreita, escura e difícil - o monte calvário. É o tipo de monte que temos de subir de gatinhas - com os joelhos em terra . Se estamos satisfeitos com a nossa vida cristã atual , se não desejamos com uma fome desesperada alcançar a Estrada , nunca nos poremos de joelhos, e assim não subiremos ao monte. Mas se estivermos descontentes e famintos , nós nos disporemos a subir. Não tenha pressa. Deixe que Deus lhe dê um grande desejo de alcançar a Estrada . Permita que ele o leve a dobrar os joelhos em oração ardente. Os turistas não irão muito longe. " Buscarme-eis e me achareis quando me buscares de todo o vosso coração. (jr 29,13)"

Capítulo 4 " A estrada da santidade"

terça-feira, 27 de outubro de 2009

200 anos de Robert Kalley





No último dia 08, celebrou-se os 200 anos de nascimento do médico e missionário escocês Robert Reid Kalley, um dos pioneiros da evangelização protestante no Brasil e em Portugal. Do lado de cá do Atlântico, Kalley estabeleceu o primeiro trabalho de evangelização de caráter permanente e em língua portuguesa, uma vez que as tentativas anteriores ou não tiveram continuidade, ou foram destinadas a estrangeiros residentes no Brasil.
Tendo em vista esses 200 anos, quero chamar a atenção para uma personagem da história do Dr. Kalley que, apesar de anônima, mudou sua trajetória de vida.
Kalley nasceu em uma família cristã. Sua mãe faleceu quando ele ainda era criança, e por isso foi criado por seu padrasto, de quem testemunhou dizendo: “Durante minha infância… fiquei debaixo da tutela de um homem de valor… ele foi para mim um verdadeiro pai”. Contudo, com o passar dos anos, Kalley se desfez de sua formação cristã, tendo abraçado o ateísmo declarado. Em certa ocasião, Kalley escreveu:
“Um coração mau e más companhias varreram tudo. As especulações da Filosofia e da Ciência (falsamente chamada) contrariavam todos os esforços do meu padrasto e cegaram o meu entendimento de tal maneira que não me era mais possível crer na existência de Deus. Parecia-me uma coisa nobre ser libertado da superstição e do fanatismo que a crença impunha à alma humana. Aqueles que faziam profissão de religião, eu considerava imbecis, ou, então, embusteiros, e desprezava-os a todos. Quando moço ainda, estudava várias ciências, admirava as maravilhas dos seres microscópicos, meditava na distância, a magnitude e na velocidade dos orbes. Vendo tudo isso, eu me achava impossibilitado de abraçar as idéia de um Deus, um Ser Supremo. Por muitos anos não cri em sua existência. Parecia-me impossível crer na real existência de um Ser, dotado de vida eterna, cuja ciência compreende tudo no universo e cujo poder impele os astros e, ao mesmo tempo, forma os delicadíssimos membros de um animalículo microscópicos”.
Contudo, o ano de 1835 foi marcado por uma profunda mudança na vida de Kalley: Ele abraçou a fé e tornou-se cristão. Mas como se deu essa mudança? Porto Filho relata a conversão da Kalley:
“Tinha sido chamado para atender a uma pobre e piedosa velhinha, presa de cruel e incurável enfermidade. Examinando-a, … ficou impressionado com o espírito de paciência e conforto íntimo com que a enferma suportava os sofrimentos …, e a tranquilidade com que via a morte aproximar-se inexoravelente. Terminada a visita e prestes a retirar-se, a doente pediu-lhe o favor de abrir o armário … e entregar-lhe o pão ali guardado e que lhe seria a refeição naquela hora. Ele o fez: encontrou um pedaço de pão seco, que depositou na mão da enferma. Esta, ao receber a migalha tão pobre, fechou os olhos, depois de um leve agradecimento ao Doutor, e deu graças a Deus pela comida. O médico sentiu um profundo abalo emocional: Como podia aquela anciã agradecer a Deus – ao seu Deus – por comida tão escassa e tão seca? Como podia ser tão tranqülila em tais desconfortos, tão serena e confiante em tantos sofrimentos? Procurou saber o motivo dessa atitude, … e ela, …declarou com toda a candura, que toda aquela paciência … vinha do fato de ser crente em Jesus e de sua leitura piedosa e diária das Santas Escrituras”.
Dez anos depois, Kalley declarou: “Quando senti, satisfeito, … que há um Deus, que este Livro (apontando para a Bíblia) é de Deus, então senti também que cada cristão é chamado a entrar naquele campo de atividade em que melhor possa usar para Deus todos os talentos que ele lhe deu. E, quanto a mim, tenho pensado de que maneira, como médico cristão, posso melhor servir ao Filho de Deus”
Essa velhinha anônima marcou profundamente a vida de Kalley. Com sua atitude demonstrou o supremo valor de Cristo. O Senhor Jesus é engrandecido quando lidamos com aquilo que temos de tal forma que fique claro e evidente ao mundo que nosso tesouro não estão nessas coisas, mas em Cristo. Portanto, na abundância de algo, devemos demonstrar que não estamos apegados a isso, mas a Cristo. E na escassez, devemos continuar demonstrando nosso apego à Cristo, expressando contentamento, pois nEle somos completos, plenos.
Afinal, de nada valerá estar preparado para responder a razão da esperança que há em nós, se o mundo não enxergar em nós uma esperança diferentes (I Pedro 3:15). O mundo não pedirá a razão da nossa esperança se não perceber que nossa esperança não está nas coisas visíveis. Se nossa esperança se resumir apenas às coisas terrenas, somos os mais miseráveis dentre os homens. Mas, podemos por nossos olhos em Deus e expressar ao mundo o supremo valor e grandeza que Cristo se tornou para nós.