Ontem participei da segunda etapa de seleção para um estágio
e, nessa fase, pediram-me para escrever uma redação com o seguinte tema: “Porque
você escolheu o Serviço Social como profissão?”
Eis minha resposta:
Quando fiz 20 anos surgiu uma inquietação em mim: a
desigualdade social. Naquela época, eu pensava: “sou branca, de classe média,
tive acesso a ótimos colégios, estou bem empregada aos 20 anos, já fiz um curso
completo de inglês e tenho uma incrível gama de possibilidades à minha frente.
Porque sou a minoria?”
Essa inquietação crescia dentro de mim, havia em mim um
sentimento de dívida para com meus pares pois a vida havia me proporcionado
muito e eu sentia a responsabilidade de retribuir à ela de alguma forma, na
pessoa do meu semelhante.
Sempre compartilhei sobre essa inquietação com minha família
e amigos. Já ouvi dezenas de vozes sobre esse assunto. Já fui rotulada de Madre
Tereza, romântica e de ser movida pela culpa. Até que cheguei à uma conclusão:
essa era uma questão minha e só eu poderia dar o direcionamento correto a esse
sentimento a fim de torná-lo uma resposta para mim e para o mundo.
Foi dessa forma que aos 23 anos, optei pelo Serviço Social,
para satisfazer minha necessidade de respostas para as contradições da
sociedade e para me posicionar frente as mesmas, a favor daqueles que vivem
em situação de vulnerabilidade social.
Tenho certeza de que não posso mudar o mundo sozinha, mas
minha busca definitivamente não é esta. Busco um espaço de trabalho em que o
que eu faça contribua para a melhora da qualidade de vida de pessoas que
nasceram em berços e Ceps menos favorecidos.