sábado, 12 de junho de 2010

Garoto encontra garota

Quando eu estava sentado ao lado da mãe do meu plano para o futuro, Deus estava expondo o seu plano diante dos meus olhos. Ele tinha criado um trajeto para mim que era mais maravilhoso do que qualquer coisa que eu pudesse criar por conta própria. E estava se assegurando de que eu nunca me esquecesse que este plano foi originado em sua mente.

Três meses depois, eu e Shannon estávamos trabalhando juntos no escritório da igreja. Nos demos muito bem desde o início, mas eu não estava pensando em nada além da amizade. Quando alguém me perguntava se eu estava interessado nela, eu achava a pergunta boba. Shannon era uma garota maravilhosa, eu dizia, mas não era o tipo de pessoa que eu imaginava me casar. Além do mais nossa história era muito diferente. Eu provavelmente me casaria com alguém que tivesse estudado sem sair de casa e crescido na igreja, como eu – alguém como Rachel.

Mas, nos seis meses seguintes, meus planos para o futuro com Rachel começaram a se desfazer como um suéter branco. Eu me lembro da tarde em que descobri que ela gostava de outro rapaz. Rachel e eu éramos apenas amigos, e ela nunca me deu nenhum motivo para pensar de forma diferente, mas mesmo assim doeu. Eu precisava falar com Deus. Fechei a porta da minha sala; mas ainda não parecia privado o suficiente. Então, eu me enfiei dentro do armário e fechei a porta.

Ali no escuro, comecei a chorar. Eu não estava com raiva de Rachel; não era amargura. Chorei porque sabia que Deus estava por trás disso. Ele tinha fechado a porta de um possível relacionamento com Rachel, e o havia feito para o meu bem. Eu fiquei completamente dominado com o pensamento de que o Deus do universo estava disposto a se envolver nos detalhes da minha vida – de que estava disposto a se abaixar e fechar a porta pela qual não queria que eu entrasse.

Ainda chorando, comecei a agradecer. “ Eu não entendo, mas te agradeço”, eu disse. “ Eu não entendo, mas sei que tu és bom. Eu não entendo, mas sei que estás tomando isso de mim porque possuis algo melhor.”

(...)

Vários meses se passaram até que eu chegasse ao telefonema. Atravessei a fase de “ não devo me distrair com isso”. Então entrei na fase de “estou distraído com isso”. E finalmente, cheguei à fase de “ vou lutar contra isso”, na qual jurei parar de ficar perto dela.

(...)

“ O conselho deles me ajudou a permanecer no caminho certo: “ torne-se seu amigo, mas não comunique seu interesse até que esteja pronto para começar um relacionamento com um PROPÓSITO CLARO E UMA DIREÇÃO DEFINIDA. Você não quer brincar com o coração dela”.

Isso não era fácil. Eu devia oscilar entre a convicção de que devia manter meus sentimentos confinados e a necessidade de enviar-lhe sinais só para descobrir se havia um interesse mútuo. Eu poderia confiar melhor em Deus se soubesse que ela gosta de mim, argumentei. Mas dentro do meu coração eu sabia que isso não era verdade. Eu precisava ser um homem - um teste sem compromisso não seria justo com ela.

“Eu comecei a buscar o conselho das pessoas em que mais confiava – meus pais, meu pastor e pessoas de nossa igreja que conheciam bem Shannon e eu. EU ESTAVA PREPARADO EMOCIONAL E ESPIRITUALMENTE para o casamento? Conseguiria manter uma esposa e uma família? Era a hora de Deus para eu buscar um relacionamento? Minhas orações eram constantes.

Ao invés de diminuir meus sentimentos por ela cresciam. Meu círculo de conselheiros não me deu nada além de encorajamento para buscar um relacionamento. Eu não sabia se Shannon e eu iríamos nos casar, mas sentia que Deus estava me direcionando para tomar o próximo passo.

Uma lanchonete não é o lugar mais romântico para você dizer a uma garota que gosta dela. Mas naquela noite o romance não era a prioridade. Nosso momento ali não era para ser sentimental. (...)

Contei que, em nossa amizade, o meu respeito por ela cresceu. Eu não sabia naquela época se éramos feitos um para o outro, mas queria descobrir. Eu pedi que ela caminhasse comigo na corte, um novo nível de amizade. A intenção deste novo patamar seria aprofundar nosso relacionamento para que pudéssemos explorar a possibilidade de casamento através de algo repleto de oração e propósito.

Na verdade não expliquei isso tão bem. Gaguejei, ri de nervoso, e não fui nada eloquente. (...)

Apesar de eu querer que saíssemos juntos, não estava interessado somente nisso. Queria, mais que tudo, agradar a Deus e descobrir se o casamento era plano dele para nós. E desejava que este processo fosse algo que pudéssemos nos recordar com carinho e sem nenhum arependimento - terminado em casamento ou não.


Joshua Harris

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